Como estimular em casa?

Mais fácil do que parece e como uma demanda de tempo menor do que imaginamos, precisamos apenas de criatividade e empenho! Há estudos que identificam que a fisioterapia associada a estimulação resultam em um desenvolvimento ainda maior para as crianças. O Instituo Restituo tem como objetivo implementar os benefícios da fisioterapia também em casa. Disseminar estímulos e ações que resultem na melhora e crescimento dessa criança.

Antes de qualquer estimulação, é necessário deixar claro a importância de uma rotina para essa criança e saber que os estímulos mudam conforme as atividades diárias delas. Por exemplo, não queremos que elas fiquem agitadas no período noturno, pois assim influenciará na noite de sono. Durante o dia, em que precisamos que ela se movimente e explore o mundo a sua volta, a estimulação visa despertar estes extintos, e a noite para uma melhor qualidade de sono, as estimulações devem ser tranquilas e que tragam segurança a elas.

Outro ponto que devemos destacar antes mesmo de passarmos as dicas é a necessidade de contato visual, auditivo e tátil, não subestime as crianças, elas conseguem nos entender. Quanto maior o contato visual feito com ela, maior a confiança que ela terá em realizar as atividades propostas por você. Uma interação familiar é muito positiva, pois se todos que convivem com a criança se propuserem a fazer essas atividades, cria-se uma rotina de aprendizado e descobertas para elas ainda maior, e nosso objetivo é proporcionar independência a essa criança, para que no futuro, mesmo com todas as dificuldades elas tenham a máxima capacidade de decidir e discernir suas escolhas. É uma adaptação que inicia na fase da infância e que se leva até sua fase adulta.

A médica e pedagoga italiana, Maria Montessori, já em 1896, salientava a importância de dar a independência as crianças, e nas obras dela nos baseamos como criar um ambiente que estimule e que seja funcional, tornando as crianças independentes dentro de suas habilidades e capacidades. O Restituo apoia e dissemina o pensamento no qual devemos destacar o combate ao pré-conceito, que para vencermos esse obstáculo tão dolorido, devemos nos exercitar em casa nossas crianças. Possuir uma deficiência não anula o fato de ter capacidades, é importante acreditarmos no melhor que nossas crianças tenham a nos oferecer, não vamos focar aqui nas suas dificuldades, e sim no que elas tenham a nos oferecer, nas suas qualidades. Acreditar que elas são capazes é o primeiro passo a ser dado para que ela seja o mais independente possível, a superproteção não nos ajudará, é necessário criar obstáculos para que cada dia elas consigam se superar, e superar as nossas expectativas.

O trabalho feito durante toda a vida de Maria Montessori nos apresenta pontos a serem levados em conta, como por exemplo:

  1. Adaptação do ambiente para que este seja estimulante e organizado
  2. Presença de uma rotina
  3. Materiais/objetos multi sensoriais e aprender fazendo repetitivamente atividades do dia-a-dia
  4. Respeito entre criança-cuidador, mas também cuidador-criança.

Quanto maior o empenho da equipe de saúde responsável associado a família, melhor será o resultado dessa estimulação e integração.

As cores

Para o período diurno, queremos que nossas crianças estejam estimuladas a explorarem o ambiente em que vivem, as cores “alegres” ou aquelas que chamam nossa atenção são muito bem-vindas neste momento.  Não é necessário comprar nada, nossa casa tem infinitas possibilidades de cores, e de estímulos. As cores entram aqui como estímulo visual, é facilmente compreensível que uma criança sinta-se mais atraída por uma bola verde, alegre, do que por uma bola preta.

A tarefa aqui além de introduzir essas cores para a criança é apresentar a elas, não apenas deixar ali uma bola verde. E é aqui que entra o contato visual, e o auditivo, mesmo que você não se sinta respondida, nunca desista de estimular. Explicar que isso é uma bola, o pra que serve a bola, que a bola é verde e o que mais é verde? Simbolizar todo o material apresentado.

Quando queremos que uma criança aprenda, e não apenas desvie sua atenção para aquela cor, devemos ser pacientes, e não misturar informações, o verde é a tarefa da semana, na próxima é a vez de outra cor, ou outro estímulo, criar um bombardeio de informações só fará com que ela se frustre por não conseguir compreender o que você quer dela. Cores claras, pasteis, trazem sensação de aconchego, e de tranquilidade, são ótimas escolhas para o período noturno, pois com o passar da rotina, cria-se uma associação no cérebro, que aquelas cores significam a hora do sono/soneca.

Devemos respeitar o tempo dessas crianças, e não querer compara-las com outras, cada um tem sua limitação, basta que nós não percamos o foco nos nossos objetivos. As cores nos ajudam a manter a atenção delas, insistir nos nomes e na apresentação das cores, faz com que o processo de aprendizagem ocorra mais facilmente.

Estimulação tátil

Aqui entra uma estimulação que detém uma importância gigante para nós, nós seres humanos. Imagine não saber diferenciar o quente do frio, ou o áspero do macio? Apresentar essas texturas logo na fase inicial da vida da criança, evita acidentes, e cria conexões no cérebro que serão capazes de criar uma autodefesa. Não é necessário que a criança se machuque para saber que deve tomar cuidado com o fogo, pois ele queima, devemos criar situações que visem esse aprendizado precoce.
Não é necessário parar a rotina para dedicar um tempo para a apresentação dessas texturas, somente o fato de dar banho na criança você já tem em mãos infinitas texturas para apresentar e descrever. Como a espuma é macia igual à toalha, igual ao algodão. A conversa, o som da voz é eficaz tanto quanto a visualização dessa textura. A mudança da temperatura da água, a diferença da textura de uma casca de laranja com a de uma maçã, vai da disposição nossa de cada dia de apresentar o mundo para aqueles que ainda não o conhecem.

As bolas com texturização são nossos maiores aliados, podemos usar desde uma bola de tênis e passar no corpo do bebê, mantendo o contato visual e as explicações, estimula a confiança dele em nós e facilita a associação da textura. Associar caras e bocas com a textura torna a brincadeira ainda mais divertida. Um cobertor macio e quentinho é bem melhor que uma lixa de unha passada nos pés não é? É isso que queremos estimular neles, a aprendizagem de diferenciação de cada textura, de cada temperatura. Pode parecer supérfluo em primeiro momento, mas com o passar do tratamento e implementação do método de estimulação os resultados nos farão questionar o porquê não soubemos disso antes. Obter resultados no ano de 1896 com certeza era bem mais difícil, mas não impossível, nada é impossível quando se tenta, toda ação gera uma reação no nosso cérebro, e são essas reações que vão nos preparar para o mundo.

As formas também são aliadas na demonstração visual e tátil, em um segundo momento, é importante dividir essas informações com as crianças, uma corda colorida, gera uma estimulação tátil e visual, a experiência nos levará a identificar esses objetos de maneira mais fácil. Além das formas, texturas e temperaturas, também temos a presença do toque aqui, a importância do toque da pessoa conhecida, é capaz de gerar calma e tranquilidade, isso vem da confiança que a criança deposita em você, e com isto, até mesmo em uma crise de choro, será possível acalma-las.

O Restituo traz consigo a filosofia de ajudar ao próximo, dando dicas como estas para que ocorra uma melhora do quadro clínico apresentado, as conquistas são divididas, e nossas sessões contam com o apoio integral as famílias.